quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Papa Homofóbico








Emolduradas pelo lioz da Catedral Basílica algumas pessoas aparentemente revoltadas, dentre elas homossexuais e transexuais, lideradas pelo presidente do Grupo Gay da Bahia, o gestor ambiental Marcelo Cerqueira, se muniram de cartazes e de faixas para protestar contra o que consideram uma grave ofensa, a vinda do Papa Bento XVI ao Brasil, rotulado pelos presentes na manifestação como Homofóbico, Nazista e inimigo do movimento Gay. Durante o protesto foram queimadas fotografias do Papa e as palavras de ordem exaustivamente repetidas eram “o Papa é Homofóbico”, “o Papa é Nazista” e escrito na faixa e cartazes estava, “ Bento XVI chega de Inquisição – O Amor Não Tem Sexo”, “Jesus me ama, sou gay, sou lésbica”, “Papa respeite Jesus, respeite os Gays”, etc. E enquanto fogos de artifícios e o dobrar dos sinos anunciavam o exato momento da chegada do Papa o barulho dos gays foi na base do sopro, com um apitaço, estridente e chamando a atenção dos turistas e dos baianos no Terreiro de Jesus em Salvador. E para completar esta “Comissão de recepção simbólica ao Papa Bento XVI” em terras baianas só mesmo ouvindo o rosário contestador do líder Gay Marcelo Cerqueira “ estamos aqui na porta deste monumento colonial queimando documentos da Igreja Católica juntamente com a imagem do Papa e dando um troco. Este local histórico foi palco da Inquisição baiana, da morte e da tortura de muita gente inocente, dentre estes infelizes, os sodomitas. Não temos nada contra os católicos, mas sim contra uma doutrina que constrange e que humilha os seres humanos. O Papa diz que a homossexualidade é intrínsecamente má. Para o Papa somos uma desordem, mas eu digo que somos sim, uma nova ordem social. Somos ungidos pelo bem, pelo amor de um Deus conciliador, o pai de toda a natureza humana. De nenhum Deus ou de mil e diferentes deuses para quem o desejar. E mais importante que um Papa é a nossa própria consciência. E neste aspecto somos só tranquilidade, pois amamos à quem desejamos e estamos muito bem assim. O que Igreja tem que fazer é se aproximar mais das comunidades. Se aproximar de povo e deixar de ter uma postura condenatória à felicidade alheia, a sua oportunidade em dominar governos, demonstrar poder absoluto, aterrorizar com inferno e condenar diferentes à fogueira já passou, já era, ficou no passado, na banda podre da história." Um fato ao acaso, da tradição e do misticismo da terra - e deveras inusitado - aconteceu exatamente durante o protesto gay em frente a Catedral, mal presságio ou não, o certo é que surpreendeu à todos, a passagem de um andor contendo o busto relicário desfalcado da cabeça de São Francisco Xavier, o padroeiro da cidade do Salvador, porque a salvou de uma peste de “Bicha [Cólera] ” em 1855. O objeto sacro circulou entre os presentes e teve superticioso que se espantou “meu Deus, será um agouro, uma condenação divina, outra calamidade que vem por aí?”. Certos de terem cumprido um papel importante em marcar uma posição contra a perseguição Papal, estiveram presentes neste ato de protesto, além do Grupo Gay da Bahia, representantes do Grupo Gay de Lauro de Freitas, Obákaiodê de Cosme de Farias, um sacerdote umbandista, "Seu Raimundo", que estava apoiando a manifestação na condição de "Pai de Homossexual" e à favor do uso do preservativo, o militante Sassá do GLBT do PT, a presidente da Articulação Nacional das Transexuais e Travestis, Keila Simpson, e outras entidades.

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