O tema da 13a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo foi decido nesta segunda-feira (17/11), em uma reunião na sede da APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo). Após debates ocorridos entre lideranças LGBT, apoiadores, sugestões por e-mail e duas reuniões, o tema escolhido foi: “Sem homofobia, mais cidadania – Pela isonomia dos direitos”.Para o coordenador geral do Mês do Orgulho GLBT de São Paulo, Manoel Zanini, a discussão que o tema provoca na sociedade, todo ano, é o principal objetivo da APOGLBT. "O tema escolhido dá muita margem à discussão e, com essa antecedência, vai ser ainda melhor. Faremos o assunto repercutir para chegar com bastante força até a data do Mês do Orgulho", prometeu ele.O vice-presidente da APOGLBT, Murilo Sarno, acredita que a população vai gostar do exemplo que a Parada de 2009 trará, ao discutir a democracia e cidadania plena. "A discussão gerou um acúmulo de idéias muito satisfatório. Mais uma vez, a Associação e o movimento LGBT se propõem a trazer mais elementos de visibilidade e cidadania à nossa sociedade. Com o trabalho que faremos baseados no tema, nós iremos questionar a realidade e oferecer alternativas positivas na busca pela cidadania".Pela aprovação do PLCO foco da manifestação, que culmina com a 13a. Parada do Orgulho LGBT, em 14 de junho de 2009, será a aprovação do PLC (Projeto de Lei Complementar) 122/06, que criminaliza a homofobia no Brasil, em tramitação no Senado. Os debates mostraram que é imprescindível reforçar a luta contra a homofobia e a necessidade de se fazer uma campanha pela aprovação do PLC 122/06, uma vez que este corre o risco de ser engavetado. Por outro lado, o tema buscou abrir o debate sobre os demais direitos negados a LGBT, no país, restringindo sua cidadania. "A gente continua reivindicando a criminalização da homofobia, mas estamos nos preparando para a busca de outros direitos, agora que o PLC 122/06 deve encerrar sua tramitação no Congresso Nacional. Isso é uma evolução em relação aos temas anteriores, principalmente, em relação à plena cidadania, que pressupõe isonomia de direitos", explica Cleo Dumas, assessora jurídica da APOGLBTRepercussão
Marcelo Hailler, da assessoria de comunicação do grupo Corsa, acredita que o tema une o movimento em torno da luta contra a homofobia. "É importante voltar ao tema da homofobia, que ainda é a principal causa de danos às pessoas LBGT. Esse tema também mostra a coesão de discurso do movimento. Se conseguirmos a aprovação do PLC 122/06, vamos poder abrir o debate sobre outros direitos negados à população LGBT".Odézia Rodrigues, assessora da diretoria do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo, também contribuiu para os dois debates e se mostrou preocupada com questões de saúde, e desrespeito aos LGBT no acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS), assim como outros direitos que não são regulamentados ou respeitados. "Este tema vai dar grande visibilidade, não apenas para questões jurídicas, mas para os interesses do próprio segmento, como leis aprovadas e que não vigoram como deveriam. Também é um tema importante, pois contribui para o crescimento político dos LGBT, ao propor uma busca pela cidadania por meio da conquista de direitos".Genivaldo Pocidônio, coordenador do Movimento Mel, de Guarulhos, gostou de participar da escolha e do debate sobre o tema: "O tema foi escolhido da melhor forma e, com certeza, atende às demandas que a comunidade LGBT necessita atualmente".Resgate político e celebraçõesFoi debatida também a organização da Parada do Orgulho, que passa pela intensificação do processo de politização de seu público. Os participantes articularam estratégias de disseminar o tema na sociedade, em nível nacional, fazendo uma campanha prévia de educação quanto ao assunto que será abordado – o que, segundo o vice-presidente da APOGLBT, Murilo Sarno, é o motivo pelo qual a escolha do tema foi antecipada.Como, além do caráter de protesto, o Mês do Orgulho também celebra as conquistas já alcançadas, a APOGLBT trouxe para a discussão a importância de se comemorar os 60 anos da assinatura do Brasil à Declaração Universal dos Humanos e os 10 anos em que o Conselho Federal de Psicologia desqualificou a homossexualidade como desvio patológico. Entre as grandes comemorações do próximo ano, estão os 40 anos da rebelião nova-iorquina de Stonewall, pioneira na luta pelos direitos humanos dos LGBT, dando origem às Paradas do Orgulho, em todo o mundo, cujo marco é 28 de junho – Dia Internacional do Orgulho LGBT.O Mês do Orgulho LGBT de São Paulo é o conjunto anual de atividades de celebração e manifestação realizado pela APOGLBT, com o apoio de diversos órgãos e entidades, no qual são promovidos o Ciclo de Debates, o Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade, a Feira Cultural LGBT, o Gay Day e a Parada do Orgulho, na Av. Paulista. A partir da escolha do tema, que será utilizado em todas as ações, serão definidos a arte gráfica e o LGBTema (hino musical) para o próximo ano (faça o download do material da 12º edição do Mês do Orgulho LGBT de São Paulo em www.paradasp.org.br).
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